Ricardo Benjamim e David Carmo "têm tudo para virem a ser jogadores de topo"

O que têm em comum Ricardo Benjamim e David Carmo? São ambos naturais do distrito de Aveiro, na juventude foram dispensados por um “grande”, ajudaram os juvenis da Sanjoanense a chegar aos 100 pontos no Distrital de juvenis em 2014/2015, e, no último domingo, sagraram-se campeões da Europa de Sub-19, na Finlândia. Ricardo Pinheiro, que os orientou em S. João da Madeira, não tem dúvidas: “Têm tudo para virem a ser jogadores de topo no panorama nacional”.

De facto, o percurso de ambos toca-se em vários pontos. Ricardo Benjamim nasceu há 18 anos, em Santa Maria da Feira. Iniciou-se no Lusitânia de Lourosa, até que o FC Porto reparou nas suas qualidades. Passou um ano no Dragão, mas acabaria por regressar a casa, para representar o Feirense.

David Carmo já completou 19 primaveras. É natural de Aveiro, não sendo por isso de estranhar que tenha entrado no mundo do futebol pelas portas do Beira-Mar. Acabaria por mudar-se para a Casa do Benfica de Estarreja, que serviu de trampolim para chegar ao Benfica. Cumpriu duas épocas de águia ao peito, até ser dispensado. “O David ficou um bocado desiludido”, recorda Ricardo Pinheiro, que o convenceu a trocar o Anadia, para onde se tinha mudado após a experiência no Benfica, pela Sanjoanense, que lutava para regressar ao Nacional de juvenis. “Fui falar com ele, e disse-lhe que íamos fazer um bom ano em S. João da Madeira e lutar para sermos campeões”.

O plano resultou em pleno. Aquela acabaria por ser uma temporada de sonho para a Sanjoanense, que se sagrou campeã distrital de juvenis de forma imperial. Somou 100 dos 102 pontos em disputa, com um registo de 151 golos marcados e apenas 11 sofridos.

A baliza era de Ricardo Benjamim, já na altura “muito bom entre postes e nos cruzamentos”, mas que tinha no jogo com os pés a sua principal lacuna. “Mas, entre o início e o final dessa época, ele melhorou bastante”, recorda Ricardo Pinheiro. No eixo da defesa pontificava David Carmo, “um jogador elegante, tanto a jogar de cabeça como com o pé esquerdo, que era muito bom”. Tinha um “passe médio e longo top, e era muito bom no jogo aéreo”, acrescenta o treinador, que lhe via fragilidades “em termos de maturação”, algo que foi melhorando com o passar dos anos.

“Tinham ambos muito potencial e uma personalidade forte”, atributos que os ajudaram nos anos que se seguiram. Ricardo Benjamim acabou por mudar-se para os espanhóis do Corunha, enquanto David Carmo juntou-se ao Braga. O central, que até “estava a passar por uma fase menos boa”, aproveitou o castigo de Diogo Queirós, expulso diante da Itália, ainda na fase grupos, para agarrar o lugar no eixo defensivo. “Ele pegou de estaca, e nunca mais saiu”, elogia Ricardo Pinheiro. Quanto ao guardião, foi chamado de emergência para a final, depois da lesão de Diogo Costa. Não jogou, é certo, mas a disponibilidade imediata que demonstrou na hora do aperto vale a medalha. “Quer um quer outro estão no caminho certo. Espero que, um dia, cheguem à Seleção AA”, remata Ricardo Pinheiro.

Fotografia
Federação Portuguesa de Futebol

31 de Julho de 2018
Rui Santos
ruisantos@afatv.pt
Banner Seaside Promo
Instagram AFA
Notícias Relacionadas
Categorias
Tags
Facebook
Notícias Mais Lidas