Resiliência de Miriam Ferreira premiada com a confiança da AD Ovarense

Esteve mais de um ano sem jogar, mas nunca deixou de se dedicar com entusiasmo em cada treino. A guarda-redes Miriam Ferreira voltou a competir pela AD Ovarense no último fim de semana, num jogo em atraso da 1.ª jornada da fase de manutenção da Liga BPI, e manteve a baliza da formação “vareira” inviolada na visita ao reduto do Boavista (0-0). Aos 21 anos, assegura que a sua baixa estatura não é um handicap no seu jogo, ela que responde com “reflexos e elasticidade” aos remates das adversárias.

Sara Oliveira é a habitual titular na baliza da AD Ovarense, mas Miriam Ferreira acabou por ter, frente às “panteras”, a oportunidade de assumir a guarda da última barreira da equipa comandada por Rogério Mendes e não defraudou as expetativas. “Nas duas últimas semanas, estive em isolamento, porque tinha estado em contacto com uma pessoa infetada com Covid-19. Daí não ter tido a oportunidade de treinar tantas vezes para os jogos da segunda fase. Apesar disso, o mister apostou em mim e julgo que cumpri”, admite.

A guarda-redes revela que teve “um jogo com muito trabalho, devido aos contra-ataques do adversário”, ela que se considera “forte nas saídas da baliza”. “A equipa esteve do meu lado e incentivou-me antes do jogo. É bom sentir esse carinho, que me dá confiança e também tranquiliza. Estaria mais feliz se a equipa tivesse conseguido uma vitória, mas estou satisfeita com o trabalho que fiz, nomeadamente nas vezes em que fui obrigada a sair da baliza para anular o perigo”, explica, assegurando que o seu esforço foi recompensado com a titularidade.



“Mostrando o meu valor nos treinos é meio caminho andado para estar perto da titularidade. Não me considero uma guarda-redes secundária, mas sim uma jogadora de equipa que, quando for chamada, tem de cumprir. É por isso que não desanimo por não ser chamada tantas vezes à titularidade”, sublinha.

Miriam Ferreira está há quatro épocas na AD Ovarense e não é apenas a sua resiliência que a tem mantido focada no objetivo de ajudar o clube, seja no banco ou dentro das quatro linhas. “Comecei a jogar futebol mais tarde do que o normal, com 17 anos, e quando cheguei à Ovarense a equipa já tinha uma guarda-redes mais experiente e rotinada. Mas isso nunca me fez desistir, até porque se trata do clube da minha terra, e esse orgulho também me fez continuar. O meu objetivo é mostrar o meu trabalho, tal como fiz no jogo com o Boavista”, afirma.

A guarda-redes, que começou a jogar futsal no desporto escolar, convenceu a mãe a deixá-la inscrever-se na AD Ovarense. A partir desse momento, foi acumulando experiência e nunca se deixou afetar pela sua baixa estatura. “Uma das minhas referências é a Rute Costa, porque somos praticamente da mesma altura. Normalmente, apontam o dedo à baixa estatura dos guarda-redes, porque pensam que não conseguimos chegar à bola”, refere, realçando que se serve de capacidades como “os reflexos e a elasticidade, que também definem um bom guarda-redes”. “Além disso, julgo que sou boa a sair dos postes e na antecipação às jogadas das adversárias”, conclui.

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19 de Fevereiro de 2021
Vítor Hugo Carmo
geral@afatv.pt
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