Quando o espírito solidário de Natal chega na “hora da verdade”

Foram vários os clubes aveirenses que, nesta época natalícia, promoveram iniciativas solidárias em benefício dos mais desfavorecidos. Num momento em que dar a mão ao próximo tem ainda mais significado, até os árbitros arregaçaram as mangas para “agasalhar um amigo” e, em Vila Nova de Monsarros, houve um jantar de Natal por videochamada para recordar que a pandemia é incapaz de cortar laços.

Esta nova realidade também afetou o mundo do desporto e obriga a cumprir determinadas regras que criam distâncias entre a comunidade. No entanto, os clubes do distrito de Aveiro não se deixaram abalar com o panorama da pandemia de Covid-19 e desencadearam várias ações solidárias.

Perante as dificuldades que se agudizaram no Centro de Acolhimento da Cáritas de Aveiro, a AD Taboeira decidiu ajudar aquela instituição com uma recolha de alimentos que terminou na última semana. José Alexandre Silva, diretor de Marketing e Comunicação do clube, garante que a ação “demonstra que na hora da verdade, independentemente do clube, as pessoas ajudam”. “O Centro de Acolhimento Infantil da Cáritas de Aveiro tem sempre três momentos durante o ano para fazer recolha de alimentos. Contudo, devido à pandemia, não conseguiram nenhuma dessas ações. Assim que soubemos dessa situação decidimos ajudar”, explica, fazendo um balanço positivo da iniciativa. “São bens essenciais que fazem ainda mais falta nos últimos tempos, devido às dificuldades que a pandemia tem causado. Correu tudo muito bem e estamos satisfeitos com a adesão da ‘Família ADT’”, afirma.



Mais a sul, a UD Bustos levou a efeito uma campanha solidária de recolha de produtos alimentares e de higiene, de vestuário e de material escolar, que serão entregues ao Centro de Dia Berçário e Infantário, da instituição ABC – Bustos. Segundo Noé Santos, presidente do clube, trata-se de uma “boa estreia neste tipo de ações”. “Embora seja a primeira vez que estamos a fazer isto, a adesão da população tem sido boa. De alguma forma, e pelo facto de a pandemia ter criado mais dificuldades, as pessoas sentem que é necessário ajudar. Isso comprova-se porque já havia uma sinalização de famílias com dificuldades”, admite.

O dirigente considera que, “todos juntos, é possível fazer a diferença para quem precisa de ajuda”. “O público está arredado dos estádios, e esta é uma oportunidade para que haja alguma proximidade, permitindo à população estar mais envolvida na dinâmica do Bustos”, salienta.

Um jantar à distância e a solidariedade da arbitragem


A ADC Vila Nova de Monsarros encontrou uma alternativa ao seu habitual convívio de Natal e promoveu um jantar com “take-away”, cuja receita reverteu a favor do clube. Os adeptos foram chamados a participar no evento decorando as suas mesas de jantar a preceito e com adereços da ADC Vila Nova de Monsarros, num convívio que decorreu através de uma videochamada.

David Carvalho, presidente do clube, diz-se satisfeito com o interesse demonstrado pelos adeptos “numa época em que é difícil angariar receitas”. “Tivemos cerca de 20 participantes, números que excederam as nossas expetativas. Fizemos um quiz sobre a história do clube e os adeptos mostraram o seu orgulho pela forma como decoraram a sua mesa de Natal”, afirma, acrescentando que “o registo fotográfico também é uma boa forma de guardar memórias num Natal diferente”.



Os árbitros também estiveram imbuídos do espírito de ajuda habitual nesta época. Os núcleos de árbitros de futebol do Distrito de Aveiro, das Terras de Santa Maria e de São João da Madeira uniram-se para abraçar a campanha “Agasalha um Amigo”. A iniciativa, que durou cerca de um mês, foi promovida pela APAF - Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, com o objetivo de entregar o vestuário recolhido à Associação Cáritas Diocesana de Aveiro e à Associação Humanitária Mão Amiga, em Albergaria-a-Velha.



Já o CD Feirense SAD teve o Billas, a sua mascote, a recolher alimentos para famílias carenciadas. Na sua jornada solidária, o Billas reuniu apoios, comprou bens alimentares e juntou-se aos voluntários do Movimento Sócio Caritativo de S. João de Ver, instituição que apoia mais de 100 famílias carenciadas do concelho de Santa Maria da Feira. A mascote do CD Feirense SAD contou com a ajuda da mascote da Liga e da Fundação do Futebol, o Ligas, para separar os alimentos pelas necessidades de cada família.



Noutro sentido, o CD Feirense juntou o setor de formação do clube e as suas modalidades amadoras para proceder à recolha de bens essenciais, que foram entregues a várias famílias necessitadas. A recolha decorreu na loja do Complexo Desportivo do Feirense, numa iniciativa em que o clube se associou ao Banco Alimentar contra a fome.

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24 de Dezembro de 2020
Vítor Hugo Carmo
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