Os adeptos mais puros do mundo do futebol já pouco acreditam no amor à camisola. Porém, para Alexandre Pardal, é esse o sentimento que o invade sempre que sobe ao relvado com o símbolo da Sanjoanense ao peito.

Neto de Sidónio Pardal, antigo presidente do clube e o principal impulsionador da construção do Pavilhão dos Desportos, inaugurado em 1960, o lateral que virou recentemente um extremo goleador admite que o "passado grande" do avô o ajuda a "dar um pouquinho mais pela Sanjoanense em cada jogo".

A ligação à ADS nasceu quando tinha apenas cinco anos. "Na altura, jogava futebol na rua, como qualquer miúdo em S. João da Madeira. O treinador Zequinha viu-me e convenceu os meus pais a ir para a Sanjoanense", recorda. O pai, antigo guarda-redes de hóquei em patins no clube, ainda hoje o acompanha para todo o lado. "Quando jogo, às vezes olho para a bancada, vejo lá o meu pai, e penso na alegria e no orgulho que é para ele ver-me jogar pelo clube", admite. 

Cumpriu toda a formação na cantera alvinegra. Na juventude evidenciou-se como extremo, mas chegada a idade adulta virou lateral. Foi sempre assim até à receção ao Salgueiros, no início deste mês, para a Taça de Portugal. "Estive lesionado, e fui para o banco nesse jogo. O treinador precisava de alguém para entrar para extremo, e escolheu-me. Entrei e ganhamos 4-2. Como correu bem, o mister decidiu que jogasse a extremo", explica.

A aposta de Flávio das Neves não poderia estar a correr melhor. Nos últimos dois jogos, Pardal marcou o triplo dos golos que havia apontado desde que subiu a sénior na Sanjoanense. Foram três, e a "culpa" é da equipa, pois "cria muitas ocasiões e pratica um futebol muito ofensivo". "Têm surgido oportunidades para fazer golo e tenho sido feliz", completa o atleta, que soube contornar as dificuldades de voltar a atuar em posições mais avançadas do terreno: "Foi um bocado complicado no início. Perdemos as rotinas, mas sinto-me bem tanto a lateral como a extremo".


Um grande na Taça de Portugal seria bem-vindo