O dia em que o ídolo Maradona ofereceu as chuteiras a Luís Miguel Martins. "Marcou-me para a vida"

Morreu Diego Armando Maradona. Em poucos minutos, a notícia chegou aos quatro cantos do mundo. Um mundo que se rendeu ao seu talento com a bola nos pés, ao perfume do seu futebol e ao estilo que o tornou numa lenda. “Ficarás na história do jogo”, escreveu o internacional francês Kylian Mbappé, “Um dia triste para o futebol”, partilhou Iker Casillas, ou “O mundo perdeu uma lenda”, reagiu o eterno Pelé. De lenda para lenda.

O choque da morte de El Pibe, alcunha que eternizou o astro argentino, deixou Luís Miguel Martins momentaneamente sem palavras. O treinador do CF União de Lamas é admirador confesso de Maradona, que chegou a conhecer após um treino do Napoles em Alvalade, em 1989, na véspera de um jogo com o Sporting, para a Taça UEFA. “Ele estava no balneário e ofereceu-me as chuteiras. Ele disse que a chuteira esquerda estava ensinada, e eu respondi que a minha era melhor do que a dele. Ele riu-se. Foi tudo muito rápido, nem sabia o que dizer perante aquele monstro. Marcou-me para a vida”, recorda.

A admiração por Maradona vem desde a adolescência. “Tenho camisolas dele, livros e vídeos em VHS. Foi um jogador que me marcou, a par do Paulo Futre”, conta Luís Miguel Martins, que jamais irá esquecer o craque argentino. Sem grande esforço, vem-lhe à cabeça a chegada de Maradona ao Barcelona, “numa transferência recorde”, ou a nega de Mario Kempes, a estrela da seleção das Pampas, à inclusão de Maradona, então com 16 anos, na convocatória para o Mundial de 1978. “Ele não quis o miúdo a chispar com ele”, comenta.

Fora do futebol, Diego foi muitas vezes notícia pelas excentricidades e pelos escândalos, que lhe foram moldando a vida. Luís Miguel Martins pouco ou nada se importa com isso. “Para mim, é como morrer um familiar. Era uma pessoa que adorava. Como jogador não houve igual. Tenho pena que tenha acabado assim, mas acabou como quis. Foi a vida que ele escolheu”.

O treinador, que enquanto atleta foi campeão do mundo de Sub-20 por Portugal em 1991, confessa que há muito tinha planeado comparecer ao funeral de Maradona, na Argentina. “Se não fosse isto do Covid ia. Disse a toda a gente que no dia que ele morresse ia ao funeral, mas um dia irei ver um jogo ao La Bombonera e vou visitar a campa dele”.

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25 de Novembro de 2020
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