Estreante no Campeonato SABSEG, Vinicio Silva não demorou a dar nas vistas com a camisola da ADC Lobão. É já o melhor marcador da equipa, estatuto que o 'hat-trick' apontado ao SC Fermentelos, no passado domingo, lhe garantiu, e sonha com altos voos no futebol europeu.

Na casa dos 'leões da Pateira' mandaram os 'lobos' de Lobão, comandados pelo agitador Vinicio Silva, um jovem brasileiro que decidiu, no último verão, atravessar o Atlântico motivado pelo sonho de fazer carreira no futebol europeu. “É a minha primeira experiência fora do Brasil, mas não pensei duas vezes”, diz, mesmo que “o receio e a saudade” dos entes queridos que deixou na sua terra natal nunca desapareçam por completo. “Os meus pais podem assistir aos meus jogos e estão muito felizes por mim. Estão a morrer de saudade, mas é pelo meu sonho”, explica.

A adaptação a um novo país ficou facilitada pela forma acolhedora como foi recebido em Lobão, onde encontrou um grupo forte, apostado em “andar pelos lugares de pódio” do Campeonato SABSEG, uma competição “muito forte”. Os resultados têm dado força a essa ambição, como o alcançado em Fermentelos, onde a equipa do concelho de Santa Maria da Feira deu a volta ao marcador para vencer por 1-5.

Três dos golos lobonenses foram apontados por Vinicio, naquele que foi o seu primeiro 'hat-trick' enquanto sénior. “O primeiro golo, o do empate, foi o mais importante. Foi aí que começou a nossa trajetória para podermos virar” o marcador e garantir o triunfo, que dois golos apontados em cima do intervalo deram um forte impulso. A ADC Lobão entrou na segunda parte a vencer por 1-3, mas ciente de que o encontro estava longe de estar resolvido. “Conversámos no balneário e o mister disse para voltarmos (ao jogo) com os pés no chão, porque nada estava ganho. O maior segredo foi manter os pés no chão”, vinca.

Apesar do forte impacto que tem tido na equipa, o avançado, de 21 anos, tem a noção de que necessita de “trabalhar mais a parte física” e de ter uma “tomada de decisão mais rápida”, que ajudem a potenciar o seu jogo de “velocidade e de um para um”.

Resta-lhe continuar a trabalhar e a sonhar, claro, como quando se sentou nas bancadas do Estádio do Dragão para ver o duelo entre FC Porto e Antuérpia, para a Liga dos Campeões. “Tive aquele frio na barriga por escutar o hino da Champions League, estar pertinho dos jogadores que via pela televisão no Brasil e jogava nos videojogos. É um sonho disputá-la”, remata.

Fotografia
ADC Lobão