O regresso às vitórias da UD Mansores no Campeonato SABSEG começou a ser desenhado, a régua e esquadro, pelo pé esquerdo de Kléber, que desbloqueou o jogo com o FC Pampilhosa num livre a fazer lembrar um dos seus ídolos, Juninho Pernambucano. Aos 24 anos, o médio decidiu voltar a Aveiro para disputar um “campeonato muito forte e competitivo, que é muito diferente dos outros” distritais, mantendo sempre o sonho de “chegar a outros patamares” no mundo da bola.

Foi essa ambição que o fez cruzar o Atlântico, há cinco anos, para se aventurar na Divisão de Elite de Aveiro pelo AC Famalicão. Kléber tinha então 19 anos e não demorou a dar nas vistas. Dois jogos e um golo pelo clube de Anadia despertaram o interesse do Alcanenense, que pensou no brasileiro para reforçar a sua equipa Sub-19, que disputava a 1.ª Divisão Nacional, mas a possibilidade acabaria por gorar-se. “Não pude ser inscrito”, conta, ele que, nos anos seguintes, fez carreira nos Açores e nos distritais de Viseu e de Vila Real.

“Jogar em Portugal é uma experiência única. Por onde passo, ganho muita experiência”, diz o médio da UD Mansores, que se mostra empenhado em ajudar o clube de Arouca, atualmente na última posição do Campeonato SABSEG, a dar a volta a uma época, até ver, muito exigente. “Vamos trabalhar forte e, se Deus quiser, vamos conseguir”, atira.

Para já, Kléber vai fazendo a sua parte em campo, como o demonstrou na recente vitória dos arouquenses diante do FC Pampilhosa (3-0). O nulo foi desfeito num livre exemplarmente batido pelo especialista em bolas paradas, que se inspira no antigo internacional brasileiro Juninho Pernambucano. “A bola dele subia e caía muito rápido”, tal e qual a rematada pelo médio da UD Mansores, no último domingo.

Pouco depois surgiu o segundo golo dos arouquenses, apontado por Juan Cândido, e com ele veio um festejo inspirado na série de desenhos animados 'Dragon Ball'. Kléber e Juan juntaram-se para encenar a famosa 'fusão', um gesto que visou evidenciar a união que existe no grupo. “Quando eles se uniam (na série), ficavam muito mais fortes. Então, nós unimo-nos, enquanto grupo, e conseguimos a vitória”, explica.

No banco da UD Mansores senta-se, agora, Joeano Chaves, que deixou a sua marca no futebol português pelos muitos golos que marcou nos diversos campeonatos que disputou. Assim que chegou ao clube, tendo em conta a difícil situação da equipa na tabela, o técnico procurou passar confiança aos jogadores. “Ele disse que acreditava em nós, que ainda estávamos no início do campeonato e que podíamos dar a volta”, conta Kléber, confiante num desfecho positivo para a época dos arouquenses.

Confessando que mantém a ambição de “chegar a outros patamares” no futebol, o jovem vai dividindo o seu tempo com o emprego numa fábrica de móveis. “Não é fácil (de conciliar), mas acostumamo-nos. Enquanto o sonho não se realizar, temos de trabalhar”, constata.

Fotografia
União Desportiva Mansores