Lembra-se de, há uma semana, Alexandre Sala ter confidenciado à AFA TV que, depois dos 'hat-trick' alcançados por si e por Gonçalo Semedo nas duas primeiras jornadas do Campeonato SABSEG, o próximo avançado da AD Ovarense a consegui-lo seria Everton? O brasileiro não demorou a responder ao repto e, na 3.ª jornada da prova, fez ainda melhor, assinando, frente à JuveForce, o primeiro 'póquer' da edição 2023/2024 do Campeonato SABSEG. “No final do jogo eles disseram: 'Você não sabe brincar'”, conta o goleador, entre sorrisos.

O arranque voraz de campeonato dos avançados da AD Ovarense tem sido tema de conversa no balneário. Na semana que antecedeu a visita a Vagos, Everton dizia aos colegas que eram eles que “iam continuar a fazer os 'hat-trick”, contentando-se o brasileiro com a média de “um golo por jogo” que registava até aí. “Para mim está ótimo, vamos ganhando”, dizia-lhes, mas o seu momento também estava a chegar.

Frente à JuveForce, o avançado marcou os quatro golos do triunfo dos 'vareiros' por 4-1. “As oportunidades foram aparecendo. Foi uma questão de posicionamento, de movimentação, mas sem os passes certos não conseguiria marcar. Foi um trabalho de equipa”, explica, ele que foca na qualidade do plantel grande parte da explicação para o início inspirado de temporada da AD Ovarense. “Quem assistir a um treino nosso vê a dificuldade que é fazer um golo. A equipa é muito forte”, desde “o Renato que fez defesas incríveis em todos os jogos, o que dá confiança à equipa, à nossa defesa, que tem uma marcação boa e joga bem com a bola, até ao nosso meio-campo, que sabe jogar e faz a bola chegar à gente” no ataque.

A AD Ovarense venceu os três jogos que disputou esta época, com um total de 13 golos apontados. Os números impressionam, mas Everton, o único jogador a conseguir marcar em todos os jogos do campeonato até ao momento, garante que a equipa “ainda vai melhorar muito”, assim como alguns dos rivais “que ainda não engrenaram”.

“Esta competição não é como começa, mas sim como termina. Há sérios candidatos, como o União de Lamas ou o Espinho, e nós estamos brigando. Não diria que somos os favoritos, apenas estamos a viver um bom momento e temos de aproveitá-lo. Gosto de manter o pezinho no chão e de pensar num degrau de cada vez”, acrescenta.

Aos 40 anos, Everton mantém a paixão pelo futebol bem viva, sendo esse um dos principais motivos para continuar a jogar. “Cuido-me, dedico-me e sinto-me bem. Vai ser difícil parar. Consigo correr o jogo todo, os 90 minutos e mais, mas não penso apenas em objetivos pessoais”, assume, procurando ajudar jovens como Gonçalo Semedo ou Alexandre Sala, “que poderiam estar em divisões acima”. “Pretendo apoiar e dar conselhos que os possam ajudar a lá chegar”, remata.

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AD Ovarense