A Direção da Liga Census de Aveiro, que organiza competições de futsal no âmbito da recreação e lazer, anunciou, em comunicado, o cancelamento da época 2020/2021, após consulta a todos os clubes inscritos nas suas provas. Considerando estar a viver-se “um período excecional” devido à pandemia de Covid-19, os responsáveis admitem que “a decisão foi tomada em prol de um bem maior” e para amenizar as dificuldades financeiras vividas pelos clubes.

Segundo Armando Tavares, que dirige a Liga Census, “o arrastar no tempo da pandemia enfraqueceu a capacidade financeira dos clubes”, que foram auscultados quanto ao cancelamento da prova. “Embora não tenha sido unanime, a decisão vai de encontro às pretensões da maioria das equipas. Ainda ponderámos a possibilidade de adiar o reinício da competição, mas a seguradora mostrou-se intransigente em prorrogar os seguros dos jogadores, que terminam a 30 de junho. Isso traria mais um encargo para os clubes, que, neste período, não conseguem cumprir”, revela.

A Direção da Liga Census tinha previsto o regresso das competições para o dia 15 de janeiro, mas os sucessivos decretos de Estado de Emergência, por parte do Governo, deitaram por terra a hipótese de os clubes voltarem a entrar em ação. 

Armando Tavares refere que os emblemas inscritos na Liga Census estão a passar por “muitas dificuldades a nível financeiro”. “As receitas dependem sobretudo dos patrocínios que vão angariando e da presença de público nos jogos. Também há muitas empresas a ser afetadas pela pandemia. Obviamente que fica mais difícil para os clubes conseguirem apoios”, explica.

O dirigente revela que a Direção “não teve grandes dúvidas em cancelar as provas, também porque se tinham disputado apenas duas jornadas” do campeonato, e assegura que, quando se der início à nova época, “os clubes não vão ter de pagar inscrição, porque a que foi feita na temporada agora cancelada vai manter-se em vigor”.

“É o que podemos fazer pelos clubes que competem na Liga Census, mas também temos a perceção de que temos de defender a saúde pública. O cancelamento (das provas) é o melhor caminho, porque não temos capacidade para fazer testes e podíamos cair no risco de andar a propagar o vírus”, conclui o responsável.