Clubes olham para o futuro de forma a remediarem a suspensão da sua atividade

Com a conclusão antecipada das provas oficiais da Associação de Futebol de Aveiro (AFA), alguns clubes começam a levantar o véu da realidade que poderão encontrar no futuro. Aos poucos, vão definindo o que poderão ser as suas linhas orientadoras para diferentes cenários. O denominador comum nas estratégias apresentadas é o de manter os recursos humanos à sua disposição.

No FC Cortegaça, que se estreou no futebol feminino na última época, “o inevitável é continuar no mesmo caminho, apesar da instabilidade que se cria com a situação da pandemia”. Quem o diz é o presidente do clube, Sérgio Oliveira, admitindo que “já se está a estruturar tudo com os treinadores sobre o que poderá ser a próxima época. “O objetivo é dar continuidade ao trabalho desenvolvido, até porque temos muita gente que já cá está há alguns anos. O futebol feminino, por exemplo, é recente, mas estamos a falar de pessoas que já se conheciam num contexto desportivo. A nossa vontade é manter o projeto”, explica o dirigente, que acabou por se adiantar nas medidas de prevenção após o surto epidémico de Covid-19 em Portugal.

“Nós fomos, talvez, o primeiro clube a fechar portas, no dia 9 de março, antes de ter sido decretado o estado de emergência e a suspensão de provas por parte da AFA. Disse a toda a gente para ficar em casa”, revela. Sérgio Oliveira esclarece que “o clube não se vai desmembrar”, assegurando que o feedback por parte de treinadores, pais e jogadores tem sido claramente positivo, de confiança e continuidade”. “O momento é estanque, mas estamos a fazer a manutenção das nossas infraestruturas. Isso demonstra que estamos atentos ao que possa ir sendo feito para preparar o regresso da atividade desportiva”, afirma.

Manter a base preservando a formação
No Oliveira do Bairro SC, o cenário não é muito diferente, já que a próxima época é o foco de Manuel Bôrras, membro da comissão administrativa que gere o clube. O dirigente confessa que a suspensão do campeonato acabou por evitar males maiores. “Convenhamos que esta situação nos libertou da preocupação da descida de divisão, mas também tivemos a contrapartida de o investimento de janeiro não ter surtido efeito, porque tivemos de o fazer para tentar melhorar a prestação da equipa”, admite, ele que tem como prioridade consolidar a estrutura diretiva. “Quando começou a última época já estávamos a preparar a próxima, era nesse sentido que estávamos a trabalhar. Assim, já temos uma solução diretiva para a próxima temporada e estamos a delinear o que será o trabalho da formação, contactando diretores e treinadores. Essa é uma das nossas principais preocupações para encararmos o que aí vem”, explica.

Preparar o caminho da adaptação
Em situação idêntica ao Oliveira do Bairro SC encontrava-se o GD Calvão, mas na 1.ª Divisão Distrital. Em lugar de descida, o clube acabou por ver esse cenário desfeito com o término das provas oficiais da AFA. Paulo Margarido, o presidente, considera que se trata de “uma segunda oportunidade”, e já aponta à próxima época. “É um pouco incerto o que vamos ter ao nível dos patrocinadores. Ainda assim, a nossa vontade é manter os jogadores e estudar outras possibilidades para o plantel. Temos também de perceber a disponibilidade da equipa técnica, com a certeza de que não queremos desfazer um trabalho de anos”, defende, acrescentando que “o objetivo é regressar aos treinos o mais depressa possível”. “Há muita vontade e isso percebe-se pelo feedback dos treinadores da formação, até porque temos de aproveitar todas as condições das nossas instalações. Vamos ter cautelas quando for possível regressar, com a certeza de que será um pouco diferente”, afirma.

O desejo do regresso ao cenário normal
No futsal, a PARC encara a próxima época com algumas reticências. Para André Pinho, presidente do clube, “não há outro cenário para o regresso que não aquele a que os clubes estavam habituados”. “Creio que no desporto amador não há condições para que se controle completamente, por exemplo, que os jogos são feitos à porta fechada, se assim a situação da pandemia o exigir no futuro. Não estou a ver os clubes com capacidade para determinados procedimentos”, explica, revelando que a PARC “está determinada em começar a delinear o arranque da próxima época”. “Queremos manter os jogadores e a equipa técnica. A partir daí, analisamos se o paradigma será novo e tentamos fazer alguns ajustes. E isso também se aplica ao setor da formação”, conclui.

Fotografia
Kelly Lacy | Pexels

18 de Abril de 2020
Vítor Hugo Carmo
geral@afatv.pt
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