Clubes acreditam que a competitividade se vai manter com o novo modelo competitivo

O novo paradigma competitivo para o futebol, apresentado pela Associação de Futebol de Aveiro (AFA), já é conhecido pelos clubes e, alguns deles, admitem a justiça da fórmula apresentada. No Campeonato SABSEG e na 1.ª Divisão Distrital, São Vicente Pereira, SC Fermentelos e AD Nogueira da Regedoura, respetivamente, consideram que o nível competitivo se vai manter, ainda que existam algumas questões a limar.

Para o SC Fermentelos, que vê garantida a subida ao Campeonato SABSEG, o novo modelo competitivo “é transitório e resolve o assunto do cancelamento dos campeonatos”. Fernando Sampaio, presidente do clube, acredita que “todos os clubes são beneficiados”. “É uma decisão que demonstra sensatez. Dentro de todas as condicionantes que vivemos, é a solução possível e uma boa forma de ultrapassar esta situação da pandemia, que sabemos que não é confortável para o clubes. Assim, eles não ficam duplamente prejudicados, sobretudo os que tiveram apostas claras na subida de divisão”, explica, acrescentando que “a competição a duas séries evita um esforço maior dos clubes”, na próxima época. “Tinha de ser assim, tendo em conta o grande número de clubes que se juntariam numa única fase. Seria insustentável para a maior parte deles. O novo figurino é a forma menos complicada para todos”, refere.

Depois da subida ao Campeonato SABSEG há duas épocas, o São Vicente Pereira vai encontrar uma realidade diferente na próxima temporada, perante a qual Pedro Alves, presidente do clube, está “na expetativa”. “O novo modelo está muito bem conseguido, mas financeiramente poderá não ser vantajoso para nós, como para os clubes da nossa periferia. Aliás, o peso das deslocações pode ser significativo para os clubes mais chegados ao Norte, mas que integrem a Zona Sul”, explica, considerando que “o mais importante na reunião com os clubes não foi dito”. “Trata-se da distribuição dos clubes por séries, porque se ficarmos na zona Sul o panorama não será o melhor para nós, já que as receitas vão descer e não teremos dérbis locais, que atraem adeptos. Aí, seríamos o clube mais prejudicado”, sublinha, ainda que considere o novo modelo “impecável”. “Era algo que já tinha preconizado e acredito que o campeonato vai ser competitivo. Houve uma justiça positiva por parte da AFA. No entanto, na parte que nos toca, reforço que estou na expetativa”, afirma.

Para a AD Nogueira da Regedoura, que ascendeu à 1.ª Divisão Distrital, “o problema da subida está resolvido”, pelo que Fernando Campos, presidente do clube, considera que “houve justiça nas decisões da AFA”. No que toca ao novo modelo competitivo idealizado para a competição, “uma única série obrigaria a deslocações longas, o que deixaria os clubes ainda em maiores dificuldades. Assim, o campeonato vai ser mais atrativo, porque se disputará com equipas vizinhas, as deslocações não vão ser tão grandes e, embora com cuidados, poderá haver mais adeptos nos jogos”, salienta, acrescentando que “só com o tempo é que se vão ver os benefícios da reformulação”. “A nível da bilheteira pode ser prejudicial, mas isso está relacionado com o que estamos a viver a nível mundial, porque algumas pessoas ainda têm medo”, defende.

Um futebol com “nível de rendimento superior”
Segundo Carlos Miragaia, coordenador técnico da AFA, o novo modelo apresentado aos clubes surge no seguimento “do projeto que já estava definido para que o principal campeonato passasse a ter 16 equipas, o que virá a acontecer daqui a duas épocas”. “A situação da pandemia só veio atrasar o nosso projeto, mas o modelo que encontrámos visa tornar o nosso distrito cada vez mais competitivo e aumentar o entusiasmo à volta da modalidade”, refere, acrescentando que, “se isso for conseguido, vai haver um futebol com nível de rendimento superior”. “Além disso, em termos económicos, vamos ter clubes mais bem estruturados e melhor preparados com este modelo transitório. Se compensámos os clubes que não desceram, também tivemos de compensar os clubes que trabalharam para subir de divisão. Foi mediante essa perspetiva que tomámos todas as decisões”, conclui.

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24 de Abril de 2020
Vítor Hugo Carmo
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