O renascimento do Válega
Há um clube a renascer das cinzas na Série B da 2.ª Divisão Distrital de Aveiro. Depois de um ano complicado, marcado por um processo eleitoral conturbado e por uma série de goleadas que deixaram o clube na cauda do campeonato com 196 golos sofridos, o Centro Cultural e Recreativo de Válega juntou os cacos, reestruturou-se e, hoje, discute cada resultado até ao limite. Uma mudança radical, que teve na vitória do último fim de semana, frente ao Mosteirô FC (3-2), mais um passo importante.

26 jogos depois, nos quais somou 25 derrotas e um empate, o Válega voltou a vencer para a 2.ª Divisão Distrital de Aveiro. E logo diante do terceiro classificado do campeonato, o Mosteirô FC, num jogo em que Pedro Simeão, por duas vezes, e Tiago Figaldo fizeram o gosto ao pé. "A vitória foi difícil, mas muito importante. A equipa já merecia", refere Amadeu Pereira, tesoureiro e responsável pela equipa sénior. Para trás ficaram tempos complicados, nos quais aconteceu um pouco de tudo ao clube. 

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As goleadas eram constantes", recorda, justificando os maus resultados com "as divisões internas na Direção" que existiam nessa altura, que levou à "criação de uma equipa sénior de uma forma algo caricata". Mas isso nem foi o pior.

"Quando ocorreu o ato eleitoral, os senhores da outra lista perderam e, pura e simplesmente, abandonaram o clube", lembra. "As eleições foram numa quinta-feira, no dia seguinte foi-se toda a gente embora – jogadores, treinadores e dirigentes – e no domingo seguinte, contra o Vista Alegre, recorreu-se a alguns jogadores que estavam inscritos mas que não estavam a jogar". O resultado foi elucidativo: 28-0, derrota que correu o país pelos números envolvidos.

Terminada a última temporada, o clube reorganizou-se, procurando limpar a imagem "que os seniores, no ano passado, mancharam". "Este é o ano zero. Não há varinha mágica que resolva todos os problemas de uma vez, mas houve uma viragem completa nos seniores de uma época para a outra", realça o dirigente.

Com um plantel renovado, no qual cabem seis sobreviventes do naufrágio da época passada, a equipa está a "bater-se de igual para igual com qualquer adversário" da Série B, algo que os resultados comprovam. Apesar de apenas se ter estreado a vencer na quinta jornada, o Válega soma três desaires pela margem mínima, entre os quais um frente ao líder, S. Vicente Pereira, e outro com o vice-líder da prova, Macieirense, e um empate, com o Santiais. "F
oi o nosso pior jogo. Fomos com demasiada confiança e empatamos a zero", refere.

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Se tudo corresse normalmente, estaríamos no segundo ou no terceiro lugar", reforça Amadeu Pereira, para quem "o objetivo seria sempre ficar num dos seis primeiros lugares". "Se não acontecer, não é um drama", acrescenta, ele que acredita que o Válega "está no caminho certo" para recuperar os sucessos do passado.

Camadas jovens também em reestruturação
Para lá da equipa sénior, a Direção do Válega tem em mãos a tarefa de reestruturar o futebol de formação do clube, que também sofreu com a turbulência vivida na época passada. "
Tivemos alguma dificuldade na construção de equipas jovens. Algumas desapareceram por completo, porque os jogadores foram atrás de treinadores ou dirigentes que abandonaram o clube", conta Amadeu Pereira.

"Este ano, só temos os Juvenis, os Infantis A e os Benjamins A, e vamos ter uma equipa de traquinas B", enumera o dirigente, que considera fundamental "que as coisas sejam feitas com cabeça, tronco e membros, para que o passado não se repita".

A melhoria das condições, com a colocação de um piso sintético no Complexo Desportivo do Sargaçal, também ajuda, e neste ponto Amadeu Pereira é radical: "Já devia de ser proibido jogar no pelado".

Fotografia
Facebook do CCR Válega
19 de Outubro de 2016
Rui Santos
ruisantos@afatv.pt
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