"Isto não é como começa, é como acaba"
As duas últimas vitórias do Esmoriz no Campeonato Safina têm a sua assinatura. Bruno Baptista, de regresso ao clube seis épocas depois, tem sido o talismã nos jogos caseiros do líder do Distrital aveirense, algo que o satisfaz, mas lembra que, para o clube da Barrinha, nada está garantido: “Isto não é como começa, é como acaba”.

Seria difícil pedir melhor ao Esmoriz neste início de temporada. Líder isolado do Campeonato Safina, com seis pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o S. João de Ver, a equipa vai fazendo o seu caminho sem grandes sobressaltos.

É o único clube ainda invicto na prova, algo apenas possível “com qualidade”, diz Baptista, que acredita que “para aqueles que estão dentro do mundo do futebol e que foram percebendo os jogadores que foram contratados, a nossa filosofia e a dinâmica que vimos apresentando domingo após domingo, o Esmoriz não pode ser considerado uma surpresa”.

Os dois últimos triunfos do líder foram conquistados às custas da inspiração do médio, que fez o golo da vitória diante de U. Lamas e Bustelo. “Tenho tido a felicidade de ser eu a finalizar. Fico feliz por isso”.

Já com três golos na sua conta pessoal, todos no Estádio da Barrinha, Bruno Baptista considera que “este ano tem sido extraordinário”. Em Esmoriz, reencontrou Narciso Ratinho, hoje treinador mas que, em 2006, foi seu companheiro de equipa: “Foi meu colega na minha primeira passagem pelo clube. Era já um dos jogadores com mais anos de casa”.

O “balneário extraordinário” é tido pelo centrocampista como “o segredo do sucesso até agora”, numa caminhada que teve apenas um dia mau. Há duas jornadas, na casa do “lanterna-vermelha” Mealhada, o Esmoriz empatou a três golos, num jogo em que esteve em desvantagem por três ocasiões.

“Entrámos a pensar que já estava ganho. Não respeitámos o adversário como devíamos ter feito, achamos que a qualquer momento íamos marcar e ganhar o jogo, porque éramos primeiros e eles últimos, mas quem facilita no futebol corre o risco de lhe acontecer o que nos aconteceu. Felizmente, acabamos por conseguir pontuar”, recorda Baptista.


Proibido relaxar
O jogo serviu de aviso ao plantel, até porque “este campeonato dá muitas voltas” e, “se adormecermos à sombra da bananeira, vamos nós passar para trás os adversários para a frente”.

O segredo passa por “ter regularidade, algo que o Esmoriz tem conseguido”. A vantagem de seis pontos sobre o perseguidor mais próximo “dá uma margem de conforto para gerir, mas não garante nada”, avisa Baptista, que partilha uma das mensagens dominantes no balneário: “Nós, mais experientes, costumamos dizer aos mais novos: Não queremos chegar ao primeiro lugar, queremos acabar no primeiro lugar”.


O médio sabe que a malha vai apertar, “até porque o objetivo dos adversários é tornarem-se na primeira equipa a vencer o Esmoriz”, mas garante uma equipa focada e com ambição para o que ainda está para vir esta época.

Distrital e CPP? “As diferenças são poucas”
O regresso à Barrinha marca, igualmente, o retorno de Bruno Baptista às provas distritais. Com 34 anos, passou grande parte da carreira no Lusitânia de Lourosa, mas conta ainda com experiências no Portosantense, Sp. Espinho, S. João de Ver e Cesarense, de onde saiu no final da época passada para reforçar o Esmoriz.

“É a minha terceira época no Distrital”, lembra, ele que tinha “expetativas altas” no regresso a esta competição, pois “há muitas equipas a lutar para subir, o que torna o campeonato competitivo”. Para além disso, “o Distrital tem a vantagem de ter muitos jogos entre equipas vizinhas, que trazem muito mais gente e emoção".


Baptista vai mais longe, e os muitos anos que passou no Campeonato de Portugal Prio (CPP) fazem-no acreditar que “as diferenças são poucas” para o Campeonato Safina.

“Hoje, entre jogar no Distrital ou no Nacional, só mesmo aqueles jogadores ainda em início de carreira e que têm a ambição de chegar aos campeonatos profissionais é que optam pelo Campeonato de Portugal. Os outros jogadores, que têm o seu trabalho e olham para outros aspetos, apostam no Distrital, porque é mais emotivo, dá visibilidade e dá mais gosto neste momento”, completa.


Fotografia
Diogo Pereira
7 de Dezembro de 2016
Rui Santos
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